A conferência internacional “Guerra da Rússia contra as Crianças” foi realizada em Riga, Letônia, no âmbito do projeto Bring Kids Back UA lançado pelo Presidente da Ucrânia.
A deportação forçada em massa de crianças durante um conflito é classificada como crime de guerra de acordo com o Direito Internacional Humanitário. A conferência de Riga serviu como um dos meios para informar a comunidade global sobre esse assunto, exortando todos a aumentar ativamente a conscientização sobre o destino das crianças ucranianas sequestradas e os crimes de guerra da Rússia.
Andriy Yermak, chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, ressaltou a importância desse trabalho, citando Nelson Mandela: “Não há reflexo mais profundo da alma de uma sociedade do que a forma como ela trata suas crianças”. Ele acrescentou com firmeza: “A Ucrânia continua lutando por seus filhos. Não vamos parar até trazê-los todos para casa.”
“Lutaremos por cada uma de nossas crianças sequestradas, não importa quantos recursos sejam necessários. E espero que vocês tenham se reunido aqui pelo mesmo motivo — para encontrar uma maneira de acelerar esse retorno. Porque estou convencida de que não há maneira mais nobre de os adultos usarem sua influência, poder e recursos do que salvar crianças”, observou a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska.
Durante a conferência, as crianças repatriadas falaram diante da audiência internacional. Como parte da campanha informativa “Stolen Voices”, essas crianças puderam testemunhar sobre os verdadeiros crimes de guerra cometidos contra elas — separação de suas famílias, abusos, ferimentos, assassinato de seus pais, pressão psicológica e doutrinação.
“O sequestro de crianças ucranianas pela Rússia não é apenas um problema da Ucrânia; é uma questão global que exige uma resposta global. Pedimos à comunidade internacional que se una no combate a esses crimes, acabe com a impunidade e responsabilize todos os envolvidos”, enfatizou Daria Herasymchuk, assessora do presidente da Ucrânia sobre os direitos da criança e a reabilitação infantil, durante o painel.
A conferência contou com a presença de altos funcionários da Letônia: presidente Egils Levits e ex-presidente e primeira-dama de 2019-2023, Andra Levite, ex-presidente de 1999 a 2007 Vaira Vike-Freiberga, vice-presidente e membro do parlamento Zanda Kalnina-Lukasevica, bem como vice-presidente do Parlamento Europeu Roberts Zile, membro do Parlamento Europeu Sandra Kalniete; ativista internacional de direitos humanos incluindo a advogada, escritora e ativista de direitos humanos americana Kerry Kennedy, especialista do Mecanismo de Moscou da OSCE, pesquisadora da a Academia Norueguesa de Direito Internacional Cecily Hellestveit, Diretora Executiva do Laboratório Humanitário de Yale Nathaniel Raymond, Diretora Executiva do Instituto Raphael Lemkin para a Prevenção do Genocídio Elisa von Joeden-Forgey, diplomatas, representantes de organizações não governamentais e jornalistas.
O evento foi co-organizado pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia, pela Embaixada da Ucrânia na República da Letônia e pelos Ministérios das Relações Exteriores da Letônia e da Ucrânia.